segunda-feira, maio 14, 2007

Farol do Cabo de São Vicente

(Foto P.Amaral)


"A Fortaleza do Cabo de S. Vicente é uma construção do século XVI, com reedificações nos séculos XVII e XVIII. Consta que em 1520 existia já uma luz, “um pequeno Pharol, naturalmente muito rudimentar, em uma torre especial do convento da primeira capucha de S. Francisco, que o bispo do Algarve D. Fernando Coutinho, fundara no Cabo de S. Vicente”.
Não foram, no entanto, estas obras suficientes, pois em 1587, o corsário Francis Drake, tomou de assalto o convento, com tal violência que acabou por destruir a torre. Em consequência, o farol manteve-se apagado até 1606, altura em que Filipe II de Portugal terá ordenado a restauração da torre.
O farol do Cabo de São Vicente, tal e qual como hoje existe, tem o nome de D. Fernando e foi mandado construir por D. Maria II, tendo a comprová-lo uma lápide que lavra: “Este farol foi mandado construir por ordem da Snra. D. Maria II sendo Dir. dos faróis do Reino o Brigadeiro Gen. A.C.C.P. Furtado em Out. de 1846”.
O farol entrou em funcionamento em Outubro de 1846. O farol permaneceu votado ao abandono durante largos anos, tendo mesmo atingido um estado deplorável, conforme consta de registos de 1865.
Em 1897, dadas as precárias condições de conservação do farol e o consequente fraco rendimento da luz que suportava, iniciaram-se trabalhos de desmontagem da lanterna existente e de obras profundas de beneficiação e restruturação, que incluíram alterações na torre, acabando esta por ser alteada em 5,70m.
Em 25 de Março de 1908, concluídas as obras, o farol começou a funcionar com o aparelho hiper-radiante.
Em 1914 foi instalado um sinal sonoro.
O farol foi electrificado em 1926 com a montagem de motores geradores, passando a utilizar como fonte luminosa, a incandescência eléctrica.
Em 1947, através da aplicação de painéis destinados a deflectir a emissão luminosa, tornou-se um farol aeromarítimo – uma exigência da navegação aérea durante o período da 2ª guerra mundial. Um ano mais tarde, foi electrificado com energia da rede pública.
Em 1949, foi montado um radiofarol que se manteve em funcionamento até 2001, sendo então desactivado por deixar de ter interesse para a navegação – cumprindo com a política de radionavegação do nosso país e também, a exemplo do que sucedeu com a maior parte dos países de todo o mundo, que extinguiram os seus radiofaróis.
O farol foi automatizado em 1982 e dotado de diversos automatismos, possibilitando-lhe a partir de então, controlar à distância o farol de Sagres.
Já em 2001, foi instalado um autómato programável para a rotação da óptica.
A dimensão e beleza do farol e a importância estratégica do local, que atrai milhares de visitantes por ano, ditaram que a Marinha aproveitasse para nele instalar um pólo museológico e criar condições de acolhimento do público, que assim poderá conhecer a sua história, modo de funcionamento, e observar de perto toda a imponência de uma óptica que, não só continua a prestar um bom serviço aos navegantes, mas também se constitui como uma peça digna de realce do Património da Marinha”.